terça-feira, 5 de abril de 2016

Os conspiradores


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Extasiados pelo discurso sincero e profundo proferido pelo Chefe do Estado, no acto da sua investidura, alguns compatriotas, muito bem identificados, iniciaram um movimento de tutoria ao Presidente da República, sem nenhum mandato formal.
Na sua pressa de julgar com base nas emoções, acreditaram que o Presidente estava a fazer um discurso de ruptura com a Frelimo. 
Eis que vimo-los em programas de opinião mandando recados para dentro da Frelimo, agindo como se tivessem o controlo do partido e até adiantando-se nas decisões que o Chefe do Estado deveria tomar na sua qualidade de mais alto magistrado da nação.
No seu exercício de tentativa de manipulação do Chefe ao Estado, até chegaram a formar vários governos que só as suas cabeças podiam justificar; inventaram agendas extras nas reuniões da Frelimo, para além de sugerirem conflitos internos no seio do partido. 
Felizmente, em todas estas situações e mais algumas que suas mentes férteis podiam inventar, foram desmentidos pela verdade.
Aliás, foram os mesmos que quando o Chefe do Estado ainda era candidato se adiantaram para dar a imagem de que ele era um ilustre desconhecido. Na sua habitual ânsia pela leitura dos dados, diziam que o Presidente não tinha nenhuma chance, tanto como pré-candidato na Frelimo, assim como candidato presidencial. 
Nessa altura deviam ter aprendido uma lição que foi muito bem dada: o candidato da Frelimo, hoje Presidente da República, não se deteve nem um minuto para responder aos que o adjectivavam. Pelo contrário: concentrou-se no trabalho, que depois foi compensado pela sua escolha, tanto a nível partidário, como pelo povo moçambicano.
Vencidos, mas não convencidos, eis que os mesmos correram para passar a fazer o papel de conselheiros do Presidente da República, o que até não é mau, tendo em conta que todo e qualquer moçambicano se deve sentir parte da governação, como aliás sempre defendeu o Presidente da República.
Porque algumas decisões coincidiam com o seu pensamento, passaram a sentir-se “donos” do Presidente, formalizaram o mandato que ninguém lhes tinha conferido.
Mas o Presidente é soberano, aliás, disse-o bem que o seu patrão é o povo moçambicano, pelo que quando começou a tomar decisões que contrariavam a vontade dos auto-mandatados tutores, estes começaram a criar problemas onde eles nunca existiram.
Afinal a sua agenda foi sempre clara: distanciar o Presidente da sua verdadeira base de apoio, o partido, e consequentemente o povo moçambicano.
Mas não calcularam que o Presidente e a Frelimo eram a mesmíssima coisa, aliás, querer-se ter a pretensão de separar um filho da sua própria família é acreditar que este não tem princípios.
E os tem o Presidente! E é por isso mesmo que hoje lhe é convocado uma “guerra”, inventando os demais expedientes, como querer fazer crer que um presidente não controla seu próprio partido ou exército do qual ele mesmo é Comandante Em Chefe.
Mas mais do que isso, vendem a mensagem de que o Presidente tem a imagem precocemente desgastada, que está encalhado, mas não dizem e nem têm coragem de dizer a questão de fundo: que alimentaram expectativas que caberia ao Presidente aceitá-las ou não, e não tendo sido acomodadas, viraram-se contra Nyusi. 
Querer que o PR faça tudo que eles pensam, mesmo que isso signifique o sacrifício aos seus próprios princípios e valores é acreditar que ele não sabe o que faz.
E o nosso Presidente tem objectivos, tem uma missão muito bem clara. Aliás, um dos seus primeiros actos, antes mesmo de aquecer a sua cadeira, foi estender a mão ao presidente da Renamo, e de lá para cá o seu discurso nunca mudou, e nem o seu princípio e crença de que o diálogo é o único caminho para resolver todas as questões controvertidas.  
Hoje grande parte do oxigénio que insufla de ar o líder da Renamo vem destas pessoas, que quando se aperceberam de que a sua agenda tinha sido descoberta e colocada de lado pelo Presidente, viraram a sua “assessoria” para o presidente da Renamo, que não tendo nada a perder os acolheu.
Um aviso: os conspiradores nunca ganham nada, porque o seu objectivo é diverso do da maioria do povo moçambicano. 
Não é por acaso que todos os vossos planos sempre se destroem e acabam em rumores.  Sempre estiveram ocupados nesta empreitada, mas o que ganham é somente o dinheiro dos vossos patrocinadores e umas palmadinhas nas costas. 
A verdade é que vocês estão no meio. Tanto que quem vocês atacam vos conhece, como aquele que vos incita a atacar. Um traidor não volta para a sua pátria e não é acolhido pela pátria alheia que ajudou. Fica no limbo da vida e acaba por esvanecer-se lá mesmo.

Deixem o Presidente trabalhar por favor, deixem de inventar crises que não existem, deixem de agir como se de fazedores da paz se tratassem, quando no fundo aquecem e atiçam a lenha do ódio, sacrificando o povo moçambicano para lograr os vossos intentos, deixem o Presidente ter espaço para governar, para expor e praticar as suas ideias, a não ser que o mandado que juraram cumprir seja o de inviabilizar a sua governação.
Mas se for esse o vosso projecto saibam que (como irá vos provar o tempo), não vão conseguir!
ALBERTO MAPANGUELANE

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