terça-feira, 22 de março de 2016

Nove pontos para perceber o “negócio” dos refugiados



Envolvemo-nos, em Moçambique e no Malawi, durante pouco mais de uma semana a ver se entendíamos o burburinho à volta dos cidadãos ora concentrados no centro de Kapise, no Malawi, que sem provas, nem contagem independente, a ACNUR dizque são 10.668 moçambicanos.
Tentamos, nessa empreitada, acompanhar autoridades dos dois países para nos aproximarmos da realidade objectiva dos factos, bem como profissionalmente nos posicionamos, num exercício que nos levou aos seguintes pontos que podem ajudar a perceber o que está a acontecer.
Foi interessante saber que o campo de refugiados de Kapise não é novo. Já o foi durante a guerra dos 16 anos,movida pela Renamo, e até Junho de 2014 existiam 2000 pessoas, das quais, 246 eram moçambicanos, que as autoridades do nosso país dizem que haviam ficado por lá feitos meio-malawianos e meio-moçambicanos. Hoje ninguém diz onde estão estes. Quererá isto dizer que se juntaram aos actuais presumíveis 10.668 e será que somos proibidos de saber de que nacionalidades eram os 1754 restantes?
O ACNUR, mesmo em 2014, terá pedido que os 2000 refugiados em Kapise, fossem considerados refugiados moçambicanos, o que não foi aceite, por não haver, na opinião das autoridades do nosso país razões para que houvesse nacionais em tais condições, 22 anos depois de uma paz que se queria efectiva.
Informações em nosso dispor indicam que o centro de Kapise devia fechar até Junho do presente ano, por não haver justificação para a sua manutenção e havendo prioridades da Organização, noutras latitudes, em consequência da crise dos refugiados na Europa central e ocidental. É exactamente no período que antecede o fecho do centro que entra em cena a “fábrica de refugiados” moçambicanos para Kapise, que o ponto seguinte pode explicar melhor.
As hostilidades militares em Moçambique cessaram oficialmente em Setembro de 2014, mas a partir de Dezembro do mesmo ano se incrementam os ataques contra as FDS, no norte de Moatize, portanto depois das eleições. A reposição da ordem e tranquilidade públicas viria acontecer em Setembro de 2015. A última vez que foi disparado um tiro pelas FDS, na área de Nkondedzi, em particular, nas aldeias de Mondjo, Ndande, Macalauane, etc., para desalojar os homens armados da Renamo e desactivar os seus esconderijos em casas de alguns aldeões foi em Outubro de 2015. Mas a fuga em massa acontece neste ano quando dois fenómenos se anunciam: o encerramento do centro de Kapise e a governação da Renamo, a partir de 1 de Março corrente.
Oincremento de refugiados no centro de Kapise nunca foi notificado ao governo moçambicano pelo ACNUR, ate que, tal como outros, este soube através duma Imprensa seleccionada, que tratou de fazer um trabalho de reportagem, igualmente, selectivo, a quem se deu a instrução de não mostrar a cara dos entrevistados, facto que tem a seguinte logica: mostrando as caras, cedo se descobriria que a maioria das pessoas não era de Tete, mas sim, de Muxúngue e Maringué e de cidadãos malawianos, ou ainda saber-se-ia que os “refugiados” afinal são guerrilheiros que estiveram a montar as suas bases por aquelas regiões do norte de Tete.
O carácter selectivo da referida reportagem, que falava da fuga em massa de moçambicanos torturados pelasFDS (apesar de último tiro na região ter sido disparado em Outubro do ano passado), deixou dívidas nos professores que foram ouvidos a contradizer, já em Nkondedzi, que até agora estão à espera de ver publicados os seus depoimentos. Na verdade, é a reportagem que impressionou a todos atentos, para hoje concluir-se que se tratava duma encenação, que está a custar, entretanto, muito caro ao país.
Osobjectivos, porém, foram atingidos, designadamente (1) a ACNUR no Malawi não fechou, vai manter os postos de emprego que havia e, provavelmente, vai abrir novos, tendo para isso, valido a pena a mobilização feita no interior de Tete para que o número de pessoas aumentasse em Kapise (2), sendo que, por esta via, o ACNUR que já se tinha precipitado a pedir ao Malawi que os moçambicanos fossem declarados refugiados, a uma velocidade meteórica, com a mesma velocidade pede “ em principio” 15 milhões de Dólares, alegadamente para assisti-los, cujo número recusa que seja aferido pelos governos de Moçambique e Malawi ao mesmo tempo que pretende reabrir um novo centro, em Luane.
Aliás, já está em processo a transferência dos moçambicanos, de Kapise, distrito de Muanza, há escassos cinco quilómetros da linha de fronteira, para Luane, distrito de Neno, 60 quilómetros mais longe em relação à fronteira comum. Só pela transferência o ACNUR está já a pedir 2 milhões de dólares.
Aconspiração ficou completa contra o governo moçambicano, a partir, infelizmente, duma Agência das Nações Unidas, da qual Moçambique faz parte e cumpre com as suas quotizações, que tem que ser usadas contra si, com o uso duma imprensa dócil, numa situação em que o Malawi sai a ganhar, mas apresenta-se aparentemente inocente, na medida em que também não colabora para o esclarecimento definitivo do assunto, passando a mensagem de que também nada pode contra o ACNUR.
Éna verdade sintomático que tudo isso se faça à revelia do governo de Moçambique, que poderia e gostaria (não houvesse nada a esconder) de assistir os seus concidadãos, como o faz com os 269.192 também carentes por razões que não envergonham: seca severa, cheias e inundações.
Otempo a que se refere à violação dos direitos humanos, multiplica dúvidas quando se sabe que desde Outubro do ano passado, altura em que as FDS estavam a desmantelar as bases renamistas no norte de Moatize, não há confrontos militares, tendo ficado a accao silenciosa de caça aos secretários e outros elementos da liderança comunitária pró-governo, que a calada da noite são sequestrados para posterior execução ou convencidos a irem engrossar a lista dos “refugiados” no Malawi.
Oque é que a Human Rights Wacth, organização não-governamental de defesa dos direitos humanos, disse no relatório que produziu? Resposta: recomendou que o governo moçambicano investigasse com urgência as alegacões de execuções sumárias, maus tratos e abusos sexuais supostamente perpetrados pelas tropas governamentais. O que é que o governo fez? Resposta: urgentemente foi investigar e concluiu que não há evidências. Afinal, alguns sectores não atinaram com a confiança que a tal organização deu ao seu governo, gostariam que fosse doutra maneira, de tal jeito que tudo querem fazer para que se fabriquem evidências.
Por fim, esta semana, foi possível ouvir que “ a situação no terreno é explosiva”. Fica estupefacta a pessoa que esteve há três dias na região aludida, fica surpreendido quem esteve com o ministro Joaquim Veríssimo (e não são poucas pessoas), bem como devia escandalizar a quem o diz, tendo em conta que faz passar a mensagem de ter passado por Nkondedzi (distrito de Moatize) e Tsangano, mais encostado à fronteira do Malawi, do lado onde também se diz terem saído alguns moçambicanos ora em Kapise. A pergunta que fica é: chegaram a esses pontos escoltados, ou a ordem e tranquilidade é aquela prevalecente desde Outubro do ano passado, quando as FDS desactivaram os esconderijos?
Pedro Nacuo - Jornal Domingo

OPORTUNIDADE, CONSPIRAÇÃO E MÁ-FÉ: KAPISE, UM CAMPO DE REFUGIADOS DE GUERRA QUE SOBREVIVEU A 22 ANOS DE PAZ EM MOÇAMBIQUE*

Moçambique acordou um dia destes sobressaltado, com um relatório da Human Right Watch (HRW), uma organização não-governamental que se dedica à causas sobre os Direitos Humanos. Segundo esta organização, havia refugiados moçambicanos no Malawi que fugiram de supostas atrocidades das Forças de Defesa e Segurança do Governo (FDS).

No mesmo diapasão, a STV, uma estação televisiva nacional de capitais privados, mostrou uma reportagem em que supostamente estava a falar com os refugiados, e estes testemunhavam que haviam sido brutalizados pelas FDS, e que por isso abandonaram as sua aldeias e refugiaram-se no Malawi.

Esta, que descrevi acima, é uma realidade recente, que é o culminar de um processo que vem desde o final da guerra do 16 anos (1976-1992). Aliás, o Centro de Refugiados de Kapise foi aberto para acomodar moçambicanos que fugiam desta guerra, e ali transformou-se em lar para muitas famílias. A questão da semelhança cultural, linguística, etc, (as fronteiras africanas foram uma imposição, e cortaram povos ao meio), facilitou a inserção dos moçambicanos que lá procuraram refúgio.

É sabido que o Malawi não tem o sistema de Bilhetes de Identidade, e com esta facilidade cultural, muitos moçambicanos fizeram-se passar por malawianos, e muitos malawianos fizeram-se passar por moçambicanos, embora por razões diferentes. Os moçambicanos, para acesso à escolas, hospitais, entre outros serviços melhores em comparação com as do Centro, e os malawianos para ter acesso à distribuição gratuita de mantimentos, tendo em conta a dificuldade de produzir em razão do fenómeno El- Nino.

Assim, o espaço para se confundir os dois povos foi criado, e o hábito de se passar por cidadão de uma e doutra nação, tomou conta dos habitantes das duas partes da fronteira, principalmente na zona de Tete e Niassa, onde a língua é comum.

Até Junho de 2014 (22 anos depois do fim da guerra), ainda havia cerca de 2000 pessoas a viver naquele Centro, dos quais somente 246 eram moçambicanos, e o restante (pelos vistos a maioria), eram malawianos. Estes moçambicanos podem ter ficado por várias razões, como ter suas crianças nas escolas, ter suas machambas naquele país, ou terem desenvolvido um negócio que não queriam abandonar. Por isso que passavam-se de malawianos ou moçambicanos de acordo com as vantagens que disso ganhavam.

De recordar que as populações da zona fronteiriça dos dois países, não observam a fronteira como um mecanismo de separação efectiva, sendo que há moçambicanos e ou malawianos com machambas, esposas ou crianças a estudar no outro lado da fronteira. Aliás, há zonas em Moçambique onde a moeda em circulação é o Kwacha malawiano.

Por outro lado, a zona de Nkondezi, Mondjo, Macalauane, Ndande, entre outras na zona fronteiriça, sofreram ataques cerrados dos guerrilheiros da Renamo em 2014 e 2015 (antes e depois das eleições gerais a 15 de Outubro de 2014), uma vez que naquela zona não se fazia sentir a presença da FDS, e os guerrilheiros eram a Lei e o Direito. Com essa abertura, os guerrilheiros fizeram uma autêntica caça às bruxas, e torturavam ou eliminavam os que eram conotados como apoiantes do Governo do dia.

Aliás, antes da eleições, estes guerrilheiros eram os que faziam a campanha eleitoral para o seu partido, dizendo que a Renamo ia governar (Renamo é um partido com assento parlamentar, mas que mantém uma milícia armada), e usavam a força, tanto para convencer o eleitorado, assim como para diminuir a concorrência. Muitos régulos (chefes tradicionais dos povoados), foram mortos ou torturados pelos guerrilheiros da Renamo.

O êxodo para Kapise começou aqui. Depois de diminuir o número dos seus opositores usando a força, os guerrilheiros da Renamo quase que montaram uma administração paralela ao do Estado naquelas zonas acima mencionadas.

Com a derrota da Renamo e do seu líder nas eleições de 2014, este partido, através do seu líder, ameaçou que governaria à força nas províncias onde ganhou as eleições, e este facto chegou aos ouvidos dos seus guerrilheiros. Aliás, Afonso Dhlakama fez um périplo pelo país anunciando esta informação, ante o olhar sereno do Estado moçambicano.

Assim, os guerrilheiros, quais senhores e donos do local , começaram a expandir a sua zona de influência, e procuravam por régulos, secretários do partido Frelimo (que está no Governo), entre outros que directa ou indirectamente eram tidos como apoiantes do Governo, o que culminou com assassinatos, raptos e torturas a estes cidadãos, que se viram forçados, ou a ir a Kapise ou a à Cidade de Tete, procurando refúgio.

Nesse entretanto, a Renamo, vendo que havia um espaço onde os seus guerrilheiros tinham um certo controlo territorial, enviou os seus guerrilheiros que estavam na zona de Maríngue, Savane e outras bases de Manica e Sofala para aquela zona de Tete, o que aumentou a insegurança, espalhando terror entre a população, aumentando o número das pessoas que fugiam daquelas zonas para o Malawi.

O Governo, alertado sobre esta questão, mobilizou uma força policial que foi fazer um trabalho de reposição da ordem, porém, como os outros que eram tidos como apoiantes do Governo, estes eram emboscados e suas viaturas destruídas, tendo morrido polícias nessa operação.

Assim, o Governo reforçou os contingentes, e conseguiu desalojar os guerrilheiros da Renamo das suas bases ao longos dos locais como Ndande, Mondjo, Nkondezi, e estes, por temerem a presença das FDS refugiaram-se no Malawi, deixando as suas armas enterradas em território moçambicano, como faziam durante a guerra dos 16 anos.

É aqui onde os trabalhadores da ACNUR salvam-se. O Centro de Refugiados de Kapise estava para ser encerrado em Junho deste ano (2016), e isto significava que todo o pessoal da ACNUR que está(va) a trabalhar ali ficaria sem o seu ganha-pão. Aliás, a própria representante da ACNUR no Malawi, já tinha pedido, ainda em 2014, para que àqueles 246 moçambicanos que acima referimos se desse o estatuto de refugiados, o que não vingou por motivos óbvios.

Vendo-se sem saída, e com o emprego a fugir, o pessoal da ACNUR recebeu os guerrilheiros da Renamo, para além de angariar malawianos para se justificar o funcionamento do Centro de Kapise. Para tal, muitas histórias deveriam ser contadas, mas não na sua totalidade, pois deveriam ser tão dramáticas para se justificar a necessidade da continuação do Centro de Kapise.

O caso das deavenças do Governo com a representante da ACNUR no Malawi não é um romance doce, mas é uma novela trágica que desagua na situação em que quem saiu a vencer foi a representante da ACNUR, pois meio mundo acreditou nas suas palavras, sem sequer mexer uma palha para compreender várias vicissitudes que rodeiam este imbróglio.

O Governo de Moçambique é visto pela representante da ACNUR no Malawi, como aquele que quis acabar com o seu emprego, por este ter negado de considerar que os moçambicanos que estavam no Malawi depois de 22 anos do fim da guerra fossem considerados refugiados. Por isso que há uma guerra silenciosa, e como exemplo, é a proibição que esta representante da ACNUR impôs, para que oficiais do Governo de Moçambique não façam o recenseamento dos seus cidadãos naquele campo de Kapise.

Outro aspecto não menos interessante, e que pode clarificar esta situação, é a abordagem aberta sobre o assunto que o Governo malawiano deveria tomar face a este problema. Mas, olhando para a situação daquele país, o Governo malawiano não vai pronunciar-se, porque o Campo de Kapise também serve para a segurança alimentar dos seus cidadãos, face à estiagem e cheias que afectam a África Austral, por causa do fenómeno El-Nino.

Assim, para se criar esta situação que está a ser discutida em todo o mundo, houve a reunião de três coisas: OPORTUNIDADE, CONSPIRAÇÃO E MÁ-FÉ.

A OPORTUNIDADE foi do pessoal da ACNUR que, face à entrada de moçambicanos, tanto os perseguidos pelos guerrilheiros da Renamo, assim como estes mesmos guerrilheiros fugindo da acção das FDS, apanhou “matéria prima” para a manutenção do Campo de Kapise. Esta oportunidade salvou o emprego ao pessoal da ACNUR, e devia ser massificada e bem justificada para que o emprego rendesse. Aí entra a conspiração.
Na CONSPIRAÇÃO, a representante da ACNUR não colabora com o Governo moçambicano, e encara os oficiais do Governo mandatados para fazerem trabalho junto dos moçambicanos que lá estão como inimigos, e como aqueles que querem lhe tirar o emprego. Assim, criou uma dramatização, recorrendo a HRW, que também só teve menos de uma semana de trabalho, e produziu um relatório emocionante que “chocou” o mundo.

A MÁ-FÉ é do Governo malawiano, que tem todo o dossier sobre o desenvolvimento daquele campo, mas as condições climatéricas não lhe permitem que opte pela verdade, preferindo ficar na sombra e colher os benefícios, através das ajudas internacionais que vão minimizar o impacto da seca e cheias na produção das populações daquela zona e não só.

O que é necessário? A representante da ACNUR é uma pessoa que precisa de alimentar os seus, e o Malawi é um país que precisa, também, de alimentar os seus. Os apoios e ajudas internacionais para os refugiados de Kapise e do outro Centro que vai abrir, vão certamente resolver estes dois problemas, e por isso estes dois personagens desta história não podem ter isenção.


Quanto à HRW, esta deve fazer um trabalho aturado, que deve partir do princípio, e não apostar em entrevistas rápidas com perguntas pré-concebidas. É preciso dialogar, questionar e confrontar os dados, não só das alegações das supostas vítimas, mas principalmente do génese da existência, manutenção e agora ressurgimento de um campo de refugiados de guerra que sobreviveu a 22 anos de paz.

segunda-feira, 21 de março de 2016

Patriotismo, por onde andas?

Não será por matar moçambicanos, ameaçar bloquear uma ou outra estrada, ou promover ataques e fugir às FDS,  que alguma vez o partido Frelimo irá convidar a Renamo para lhe fazer companhia, no arco da governação.
Não será por tirar desforço das limitações inerentes de desenvolvimento, bramir toda a sua raiva contra a Constituição, baseando-se numa tese, que se confirmou opinião jurídica falida, nem ao pressionar para uma revisão imediata da constituição, que a Renamo vai escamotear a derrota eleitoral, e contribuir para o espírito de reconciliação.
Se a Renamo pretendesse participar na democracia e não atear fogo,não deveria tentar reiventar a história, nem reescrever a Constituição,mas obedecer às regras da democracia, e entregar voluntáriamente as armas ao seu fiel depositário, as Forças de Defesa e Segurança.Esse seria o manifesto da vontade de diálogo, e não a chantagem de colocar a vida das pessoas em jogo.
Entetanto enquanto o tal de António Muchanga nos entretinha com as suas mentiras corriqueiras, alegando desconhecer quem efectuava os ataques, veio o próprio Afonso Dlhakama  gabar-se de que era ele o terrorista-mor, responsável dos ataques perpetrados contra Moçambique e os moçambicanos.
Ele éum foragido da justiça, e para as FDS  um alvo militar legítimo, e a pergunta que se coloca é, atéquando irárefugiar-se na mata, e continuar a atentar contra o estado de direito, e contra a vida dos moçambicanos?
Moçambique éuno e indivisível, e em qualquer parte do território estáláo povo, e as Leis da república.E caso Dlhakama esteja na diposiçãode levar ávante a sua ameaça, o presidente da república estaria no seu direito de declarar guerra, e teria  o seu  povo a apoiá-lo.Éque está fora da questão a lenga lenga de  transformar hipotéticas zonas de influência étnico tribal, em feudos de influência  político económico regionais como no Iraque, com zonas curdas, xiitas e sunitas.Temos a lei eleitoral, e quando temos eleições presidenciais todo o Moçambique é transformado em mapa político eleitoral em disputa, e não haverá nenhum constitucionalista importado a reverter a constituição na matéria.
Éinadmissível aproveitar as fragilidades da democracia, para tentar fracturar a  sociedade, arremessando o tribalismo como arma politica e ideológicamente orientada, para alcançar determinados objectivos.O estado tem suportado todo o tipo de arremetidas à sua estabilidade,e o governo um  pilar de paciência, mas chega.O estado tem de ser implacável na resposta.
Todos sabemos que  os recursos naturais descobertos em Moçambique em especial em Tete, Nampula, Niassa e zambézia, despertaram a cobiça fora do comum,galvanizando sectores da ultra direita, concentrada em organizações sombrias como a Bilderberg, que agrega interesses empresariais, que de certa forma explicam o comportamento actual  da Renamo.Sabemos o que a Renamo e essa gente pretende,mas  não serão  as forças externas a nos ajudar na solução dos problemas.Isso seria mostrar que nós não confiamos nos nossos quadros, nas nossas capacidades.
O que nos distingue em muito da Renamo para além da génese,orientação politicae muitos outros factores é patriotismo e a autoestima.Não hipotecamos a soberania de Moçambique a preço algum.O nosso capitalismo alienou muitas mentes, havendo pessoas em vários quadrantes de opinão servis aos estrangerismo.Num país ainda pobre segundo todos os indices  do desenvolvimento humano, parece que todos querem ser ricos, mesmo quebrando regras, e não olhando os meios.O dinheiro pode comprar pessoas, mas não a determinação do partido Frelimo de gerir o país, criando infraestruturas económicas, criar empregos que ajudem, e tirar da pobreza os milhões de cidadãos, e fazê-los catapultar na escala sócio económica, passando a integrar a classe  média.
Com falácias, cinismo e malabarismos, tudo colocado no mesmo saco de mentiras, por mera questão de sobrevivência financeira,Dlhakama agravou a identidade ideológica do seu partido, e enterrou-se no inferno do reacionarismo político, com laivos tribalistas.Não iremos hipotecar o país para que um Dlhakama truculento nos deixe em sossego.Temos uma  Constituição e as  FDS para  defender a soberania.
Em política tem de haver ética, e a ética quando a mim, é a obervação primeiro da Lei, e o uso da política para busca de pontes de consenso, para harmonizar política, e socialmente a sociedade.Sim porque se a política é a mais nobre das ocupações humanas, o empenho na realização do bem comum, do bem da colectividade, ao qual se aplica como a um propósito final, então devem ser respeitadas.
Em primeiro de tudo a imagem de um líder não se  cultiva através do ódio ,de  fazer rufar tambores de guerra, nem de promessas falsas, mas do que ele tem para oferecer, em benefício da comunidade, e quando isto acontece o povo e os necessitados estão em primeiro.Numa democracia quem coloca o povo em primeiro é aquele que respeita as regras, e bate-se por idéias sócio político económicas, basedas nos anseios dessa visão;não usa a mentira e o insulto para ofender aos que pensam diferente, ter uma visão  conciliatória, moderada e humanista, que visa o estabelecimento de pontes de entendimento com outros parceiros políticos O realismo político, ou seja, a busca de resultados a qualquer preço,que Dlhakama e a sua Renamo preferiram trilhar, subtrai os actos políticos a qualquer avaliação moral.
Alguns dizem ser o resultado da ausência de cultura política na Renamo, mas eu não concordo na totalidade.Toda a sua acção de desestabilização da Renamo, resulta de plano estratégico premeditado.Se a Renamo diz que lutou pela democracia, porque razão continua a resisti-la?Se diz que é um partido democrata, porque continua armado?Se diz que é pela paz e reconciliação nacional, poque continuar a matar moçambicanos,fazer rufar tambores de guerra, para obrigar o governo a fazer concessões político económicas?Se a Renamo vem beneficiando do sistema existente na educação, saúde,e justiça, assim como empregos, com empresários bem sucedidos,tendo os seus deputados a nível provincial e nacional, com gente  na CNE e Conselho de estado, e membros seus integrados nas FDS , porque continuar a fingir que continua a resistir, se é parte do sistema?
Como paradoxo a Renamo como nehum outro partido tem beneficiado do sistema, e beneficiado da paciência do estado, mais do que outro parceiro político.Essas notas sobre tentativas de assassinato de Dlhakama não passam de notas forjadas na mentira, e tretas de adversários do governo, e do partido Frelimo.Caso as FDS  quizessem liquidar Dlhakam já o teriam feito.Até há bem pouco tempo eram as FDS  responsáveis da segurança deste, até ele fugir para as matas, induzido por agentes de serviços secretos estrangeiros, de países identificados a operar em Moçambique.
O que se passa em  Moçambique é uma tentativa de recolonização.Esta foi sempre a história de Africa, e dos  africanos, desde os primórdios, situação que contribuiu para a escravatura dos negros para a América e à colonização de Africa.A Renamo no passado por motivos de sobrevivência aliou-se aos seviços secretos do regime de Ian Smith, e mais tarde aos serviços secretos do regime do apartheid, ambos caídos em desgraça, e hoje sabemos a quem está encostada.Moçambique é um pais de grande extensão, e os  adversários têm a noção de que qualquer um, munido de  uma AK47, pode criar pânico psicológico, roubar, destruir e matar , tal como o líder da Renamo costuma fazer;contudo no final quando as armas calarem a razão irá prevalecer, e Dlhakama desta vez não mais figurará entre os políticos da nossa praça.
O estado deve reforçar as leis e a segurança, para evitar a ocorrência de tentivas de bloqueio ao seu normal funcionamento.Mas será que o ocidente deseja de facto uma democracia genuína em Moçambique, ou um estado diktat como no Iraque?
Acredito na prontidão combatida das FADAM,Moçambique não está em guerra.Ir à tropa e fazer a tropa é uma coisa, agora entrar em combate é outra.Não estamos em guera, mas numa paz podre.Isto deve servir de matéria para os instrutores dos cursos militares de recrutas.Tem de haver mais teoria, não basta saber disparar.No tempo de Samora Machel apesar do monopartidarismo, tirando algumas excepções ,todos tinham orgulho de envergar a farda.Foi graças à juventude reinante nas FPLM, que apesar dos ataques primeiro das forças de Ian Smith e dos ataques do regime do apartheid e da Renamo, que conseguimos consolidar a soberania nacional.
 Inacio Natividade
PS.Quarenta anos desde a independência nacional, e várias fases difíceis ultrapassadas contudo em pleno multipartidarismo, continuamos vitimas de agressão, com origem em inimigos figadais do partido Frelimo, governo de Moçambique, e da soberania de Moçambique.Governo, partido e seus militantes inluindo eu, no meio de tanta hipocrisia,somos vítimas sistemáticas de tentativas de assassinato de carácter em redes sociais, tudo por darmos a cara pelo partido Frelimo, e o país que tanto nos devotamos.
Épor saberem que estamos no caminho certo, de mantermos inabaláveias as convicções , que os adversários de ontem se manifestam hoje com maior alarido, sem se importar em violar a ética e deontologia professional,copiando os meus  textos do jornal domingo,para dissecá-los em blogos nojentos, onde mora  a sua ideologia errante, ao serviço da intolerancia politica, ofendendo e denegrindo o autor, em vez deles próprios escreverem.
Uma gente errante e ignorante à deriva da história, onde militam antigos PIDES-DGS, alguns ditos retornados, e ultracolonialistas ressabiados,actuando a coberto de migalhas de certos serviços de inteligência, no entanto todo esse esforço dispendido para nos desestabilizar como cidadãos de Moçambique nosso país, resultará estéril.Por se tratar de matéria criminal o assunto está entregue ao gabinete juridico do jorna domingo em Maputo.
Se fui existante atépassado recente em mover uma acção judicial, foi em consideração a idade do proprietário dos blogs,um cidadão portugues já reformado devido a idade, e por este não dispôr de meios financeiros; Infelizmente pude verificar que a idade não pareceu remediar o carácter mau, ofensivo e a intolerância ideológica do mesmo, que continua inconformado e  sedento de vinganca por eu escrever para o jornaldomingo, defender os meus pontos de vista,  e o partido Frelimo ser o partido do poder em Moçambique,...  Frustrações do foro  psicológico e  estado de ansiedade criado do saudosismo colonial, é matéria que me transcende  e a exigir urgentemente a atenção de um psicanalista.Se foi para que desistisse  de escrever perdeu tempo.Continuarei fiel ao meu ideal, e a participar com os meus artigos de opinião no jornal domingo, sem o objecivo de acicatar ânimos,mas no meu direito de afirmação política e de liberdade de expressão e pensamento ``E que o meu espaço de opinião é sagrado, sendo consagrado a todos pela constituição da República do meus país.
Edificamos um estado de que tanto nos orgulhamos, e que tanto nos sacrificamos, e que ao mesmo tempo é orgulho de Africa.Temos a nossa identidade, passaporte próprio, e o manancial de riqueza de valor incalculável em recursos naturais, a luta contudo é  longa, e como povo não podemos esmorecer na unidade e vigilância.
Inacio Natividade 
Fonte: Jornal Domingo

Malawi suspende transferência de deslocados moçambicanos

Refugiados_mocambicanos_malawi
As autoridades malawianas suspenderam a transferência dos deslocados moçambicanos de Kapise para Luwani na sequência do protesto do governo moçambicano, que se opõe a medida.
A eventual transferência está dependente da conclusão das negociações com o governo moçambicano, segundo dá a conhecer a Rádio Moçambique.
Na sexta-feira da semana passada o governo do Malawi anunciou a sua decisão de reabrir o campo de Luwani para realojar as pessoas que fogem de alguns povoados da localidade de Nkondedzi, distrito de Moatize, província central de Tete, alegando violação dos direitos humanos nas suas zonas de origem, uma alegação já refutada pelo governo moçambicano no final de uma investigação realizada no terreno.
Fontes malawianas dizem que a suspensão da medida deve-se a um forte protesto do governo moçambicano.
Moçambique insiste que não há guerra no país, argumentando que essas pessoas que fogem para o Malawi não são refugiados e que devem voltar para as suas casas.
A ministra dos Assuntos Internos e Segurança Interna no Malawi, Jean Kalilani, confirmou a suspensão da medida.
‘Suspendemos o realojamento como resultado das discussões com o governo de Moçambique’- disse Kalilani, citado pelo Rádio Moçambique.
As autoridades malawianas cederam a pressão do Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) para a reabertura do centro de Luwani, encerrado há nove anos.
Ironicamente, segundo ainda a emissora pública moçambicana, o ACNUR saudou a decisão do governo de reabrir o acampamento e Luwani, com mais de 160 hectares alegadamente para lidar com o número crescente de moçambicanos.
Falando numa conferência de imprensa em Genebra, Suíça, o porta-voz do ACNUR, Leo Dobbs, disse que a reabertura do campo de Luwani vai proporcionar melhores instalações e serviços, incluindo água, saúde e educação, além de ser um local mais seguro.
‘O ACNUR aprecia a generosidade do Malawi em acolher tantas pessoas. Também reiteramos a importância de manter as portas abertas para essas pessoas ‘, disse Dobbs, encorajando deste modo os moçambicanos a permanecer no Malawi numa altura em que o governo moçambicano defende o seu regresso ao país.
Entretanto, a Representante do ACNUR no Malawi, Monique Ekoko, disse que ainda não foi informada sobre a suspensão da movimentação dos moçambicanos para Luwani, prometendo que iria se pronunciar após a recepção do comunicado oficial.
‘Precisamos de uma notificação oficial do governo do Malawi para o efeito antes que possamos fazer uma declaração’- disse Ekoko.
Fonte: AIM

sexta-feira, 18 de março de 2016

Estranho activismo social

Sempre duvidamos deste activismo barato. Na falta de ocupação eis que nos aparecem a dizer que QUEREM SAIA CURTA NAS ESCOLAS. Depois virão eles mesmos dizer, os professores violam alunas. Eles tem medo da redução de violações sexuais, pois os doadores retirariam todo financiamento destas actividades; eles tem medo do fim dos casamentos prematuros para continuarem a viver a francesa as custas do sofrimento das crianças. 

terça-feira, 15 de março de 2016

“AO IMPOR CONDIÇÕES PARA O DIÁLOGO A RENAMO MOSTRA QUE NÃO ESTÁ INTERESSADA NO DIÁLOGO” -MIA COUTO

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O escritor e jornalista moçambicano, Mia Couto, diz que o facto de a Renamo impor condições para o diálogo com o Chefe do Estado, Filipe Nyusi, mostra que o partido não está interessado em dialogar.
Mia Couto referiu que impor condições para o diálogo é chantagear o governo e o povo.
 Ele falava à Rádio Moçambique a propósito da iniciativa presidencial de mais uma vez convidar o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, para o diálogo ao mais alto nível, como forma de por fim à tensão político-militar no país.
“No fundo quem impõe condições está a jogar com vidas humanas, está a fazer chantagens com aquilo que é a tranquilidade dos moçambicanos todos “-referiu Mia Couto.
O escritor e jornalista explicou que a pré-condição que o povo devia exigir da Renamo é que entregue as armas e siga para o diálogo.
“Um partido político não pode, ao mesmo tempo, ter presença na Assembleia da República e ter armas.”-sublinhou Mia Couto. (RM)

Sociedades esquizofrénicas: Moçambique e Brasil*

Moçambique e o Brasil são países completamente diferentes em muitos sentidos. Essas diferenças tornam qualquer comparação aventureira de tal modo que o mais seguro é mesmo ficar pelo papo da Língua Portuguesa, blá-blá-blá. Não consigo, porém resistir à tentação de olhar para uma coisa que parece estabelecer um paralelo interessante, nomeadamente a cultura política. A História é diferente, claro, e por isso, é também complicado descortinar paralelos na cultura política. Mas quando vejo a forma como se discute, no Brasil e em Moçambique, o desfecho das mais recentes eleições não consigo mesmo resistir.
Em ambos os casos ganhou o partido errado. Isto na perspectiva de quem perdeu, claro. Em Moçambique o que aumenta o sentimento de ultraje e revolta – da parte de quem perdeu e da parte de quem acha que ganhou o partido errado – é a forte convicção segundo a qual quem ganhou logrou esse resultado na base de fraude eleitoral. No Brasil as eleições foram teoricamente limpas, mas dado que pesam sobre os principais políticos do partido que ganhou (mas não só, mas isso não interessa) graves acusações de corrupção aqueles que perderam sentem-se ludibriados, logo, é como se lá também tivesse havido fraude. Os termos das questões são diferentes, mas a reacção é quase a mesma.
Em Moçambique, o partido que perdeu (fortemente apoiado por uma imprensa ideológica – tipo Savana e Canal de Moçambique – e por uma credulidade sem limites na esfera pública) não poupa nenhum meio para reverter a situação, incluindo o uso da violência armada contra o Estado. No Brasil a violência armada (ainda) não é recurso, mas a intransigência é a mesma com a insistência em acções que têm como objectivo tornar o país ingovernável. Ainda não estou nos paralelos.
Vejo dois paralelos interessantes. Ambos têm a ver com o que gostaria de chamar de paradoxo do abolicionismo. Favor de não confundir este termo com a sugestão do historiador congolês, Jacques Depelchin, sobre o “síndroma do abolicionismo”, isto é aquela atitude de confundir a maldade com o que é mau a partir do momento que nós próprios decidimos considerar algo mau (e ainda esperar gratidão dos outros). Há um pouco disso no termo que uso aqui. Mas há mais. Inspiro-me criticamente em Joaquim Nabuco (aqui reconheço, envergonhado e embaraçado, o fascínio que o seu livrinho “O Abolicionismo” exerce sobre mim…) cuja campanha contra o fim da escravidão no Brasil apesar de nobre e louvável não pôs em causa o que tornou essa escravidão possível, nem procurou extrair da crítica algo que pudesse insular a sociedade brasileira de males idênticos. O paradoxo do abolicionismo é isto mesmo: como condenar moralmente algo que foi possível a partir do sistema de valores que eu próprio uso para justificar a minha condenação? É um pouco o problema de Arquimedes: encontrar um lugar (no mundo) para mover o mundo…
O paradoxo do abolicionismo manifesta-se de duas maneiras (os tais paralelos), ainda que ao contrário. Primeiro, no Brasil assim como em Moçambique, o vencido não tem discernimento suficiente para ver que a base da sua indignação, isto é aquilo que a torna legítima é a própria democracia. Ou por outra, só mantendo intacta a ideia de democracia é que quem condena o desfecho eleitoral será capaz de conferir legitimidade a sua indignação. Não é uma situação cômoda, nem fácil, pois se alguém quer ser coerente vai ter que articular a sua indignação dentro dos parâmetros normativos definidos pela própria ideia de democracia. E isto impõe limites à acção, um dos quais é particularmente rigoroso: a democracia não é um fim, mas sim um meio. Isto é, a democracia não pode ser o seu próprio fim. Eu não posso fazer recurso a meios anti-democráticos para tornar a democracia funcional. Portanto, a primeira manifestação do paradoxo do abolicionismo em Moçambique e no Brasil é o dilema enfrentado pelos pseudo-democratas. Como erguer a bandeira da democracia sem contudo atentar contra a democracia?
A segunda manifestação é de cunho mais filosófico. No fundo, o que os pseudo-democratas de Moçambique e do Brasil dizem é que não existe democracia nos seus países. Esta é uma saída airosa do dilema apontado mais acima. Só declarando a democracia como não-existente é que se justifica o recurso ao tipo de meios que são usados. Portanto, a democracia em ambos os casos é um “mito”, uma “farsa”, etc. Mas este truque levanta um problema bem bicudo, nomeadamente o problema de tornar inteligível todo um discurso que tem como objecto algo que não existe. Como é possível esse discurso? É aqui onde a porca torce o rabo. Na verdade, a única solução viável encontrada por filósofos para abordar este desafio consiste na elaboração dum discurso que parte do que existe para tornar inteligível o que não existe. Portanto, pode não haver democracia em Moçambique ou no Brasil. Existe, porém, e independentemente do Brasil e de Moçambique, algo que se chama democracia e em referência a qual é possível falar dos problemas respectivos dos dois países. Essa referência manifesta-se em forma de princípios que toda a acção democrática – ou que gostaria de ser assim qualificada – precisa de proteger. O dilema para os pseudo-democratas aqui também é que seriam obrigados a privilegiar meios democráticos na sua luta…
Este é talvez o maior desafio que ambos os países enfrentam. O desafio não é de mostrar que os “coxinhas” ou a Renamo estão equivocados ou que são movidos por interesses pouco dignos. O desafio é de identificar um espaço de debate que tenha na defesa da democracia o seu principal fim. É muito difícil, sobretudo quando o debate político é feito na base de palavras que pensam por nós. Democracia é uma dessas palavras. Corrupção é outra. Fiquei com orgulho das minhas colegas e amigas da Universidade Federal de Espírito Santo, a Marta Zorzal, a Adelia Miglievich Ribeiro e a Cristiana Losekann quando na semana passada vi o abaixo-assinado elaborado pelos professores dessa universidade. O abaixo-assinado respondeu às investidas contra a democracia com a afirmação do que torna a democracia num meio. Nunca vi nada idêntico em Moçambique (à excepção dum evento, sem seguimento, que teve lugar no ISPU em 2013), só apelos irritantes à paz.
Se calhar é aí onde acabam os paralelos com Moçambique, pois na Pérola do Índico está a ser difícil meter na cabeça da nossa intelectualidade que uma luta pela democracia que não assente na própria democracia é tudo menos o que diz ser. Só que aqui também há o problema da História. Muitos de nós ainda estamos sob os efeitos nefastos duma socialização política – cujos valores, por mais incrível que pareça, vão passando para os mais novos – socialização essa assente no princípio segundo o qual os fins justificariam os meios.
Mas o essencial está aí: reclamamo-nos democratas, mas o nosso coração bate ao sabor de outros valores. É esquizofrénico, se calhar a única maneira de nunca estarmos sozinhos.

*Texto de autoria de Elisio Macamo - sociologo Moçambicano

domingo, 13 de março de 2016

GUERRA ENTRE A RENAMO DA CIDADE E DO MATO?



É visível que a Renamo está dividida em duas partes: a Renamo da Cidade e a Renamo do mato.

Estas duas forças sempre jogaram contra si e algumas vezes uma a ganhar e outras a que ganhou passar a perder.

Dhlakama é conotado como sendo aquele que dá mais atenção a Renamo da cidade em prejuízo da do mato que na lógica dos radicais da Renamo a do mato é a que sustenta a segunda.

O que está a acontecer agora é que Dhlakama está sendo manipulado pelos seus guerrilheiros para ficar no mato, porque para eles este Dhlakama é o que mais lhes rende.

De facto amontoam vozes que defendem que Dhlakama tem preferência pela Renamo da cidade, esquecendo os que estiveram com ele no mato. Esta estratégia foi desenhada por Bissopo, um renamista frio e calculista, e que foi um dos comandantes da Renamo.

Também o facto de Dhlakama ter distribuído os cargos de relevo na Renamo nas mãos dos da cidades, onde nenhum dos que estiveram com Dhlakama no mato tem algum cargo de destque, fez a Renamo do mato ficar furiosa, e manipular Dhlakama a ir viver no mato.

Assim, sem Dhlakama por perto, a luta pela liderança da Renamo fica mais quente. Do que se soube, a Ivone Soares, para além de ter o aval do Dhlakama, é aquela que tem apoio considerável no seio dos da cidade, e dos novos “intelectuais” que viram na Renamo a melhor forma de crescer monetariamente, enquanto os antigos membros e os guerrilheiros preferem o Bissopo.

A estratégia é de fortificar o Bissopo no seio dos deputados, e depois deste se sentir com capacidade para tomar o poder, eliminar Dhlakama e Ivone Soares. Mas esta estratégia foi descoberta, e Bissopo quase era morto na Beira pelos seus próprios colegas, com os dedos internos a apontar para Ivone Soares.

Por isso que quando regressou, Bissopo ficou calado, mas de fontes internas da Renamo do mato, soubemos que Bissopo não vai se vingar, porque aquele ataque que sofreu fortificou a sua posição no seio de alguns membros da Renamo da Cidade.

sábado, 12 de março de 2016

Os novos editores da "Voz de África Livre" tomando Café com seu eterno Patrão

A "Voz de África Livre" era uma programação feita a partir da Rodésia pela Renamo, como forma de intensificar a desinformação. Hoje seus antigos críticos severos, Veloso e Lima decidiram se aliar a Dhlakama para incorporar através do Canal e do Savana a linha editorial daquela emissora. Erik Charas, um dos maiores endividados da praça faz eco ao canal, através do falido jornal averdade.

Não há crimes perfeitos



O atribuir a capa de um jornal a um personagem fictício como Unay Cambuna mostrou que não existem crimes perfeitos.

É que, num mero  trabalho de rastreio de contas que usam aquele perfil um dos dados de localização indicou exactamente o local onde funciona a sede do jornal o canal de Moçambique como um dos domicílios.

Além de IP’s de computadores associados a famigerados jornalistas da praça que fazem eco ao fantasma Unay.

Como forma de despistar o rastreio, os Unay fazem também actualizações das suas contas a partir dos cafés nas cidades de Maputo, Matola, Beira, Quelimane e Nampula, mas sobretudo da sede da associação portuguesa um local perto do jardim dos namorados na cidade Capital.

A conclusão é de que, Unay não é uma única pessoa ainda que tenha assim começado. Hoje em dia alguns cobardes criam contas com o nome de Unay para vender a ideia de que são muitos.

O próprio Unay verdadeiro anda revoltado com isso porque o colocam numa situação de vulnerabilidade, pois o Canal tem estado a usar o seu perfil para objectivos que só o jornal sabe.

O Canal ao usar a capa do jornal para trazer a "figura" de Unay estava ao mesmo tempo a orgulhar se do trabalho que tem feito de contra-informação.

Constitui aquele um auto elogio, na verdade, uma denúncia de si mesmo, um acto pretensioso que só pode enganar aos incautos.

Mas voltaremos com mais notícias sobre este assunto que promete muito.