quarta-feira, 8 de junho de 2016

RDP áfrica e a fundamentação do boato


A imprensa lusa não quer aceitar que esteve envolvida num grave deslize ético. Mesmo depois da Agência Lusa não ter conseguido provar a existência da “vala comum”, a RDP fez uma encenação teatral ontem à tarde, entrevistando Edwin Hounnou jornalista e propagandista do MDM, bem como a deputada Sílvia Cheia daquele partido.



A RDP cometeu uma atrocidade jornalística ao entrevistar o Edwin na qualidade de jornalista, tendo ele dito que a comissão teve pouco tempo para conversar com as famílias em Macossa e que não foi dada oportunidade para que os jornalistas acompanhassem a brigada. Mais, disse que ele que não havia garantia de alojamento e alimentação para os profissionais de comunicação social, a comissão disponibilizava apenas transporte. Ora, esta colocação coloca o Edwin numa posição de um jornalista vulnerável e que ergue seu raciocínio em falsidades. Primeiro porque de ponto vista de segurança, ninguém podia permanecer dias naquele local, onde a RENAMO tem estado a matar cidadãos nacionais, mas também, o Edwin se a comissão tivesse disponibilizado as ajudas de custo para o jornalista/propagandista do MDM, ele decerto estaria a dizer algo diferente. Edwin, deixa de reter seus comentários no essencial e perde-se em discursos políticos. Ficamos sem saber se falava como jornalista ou propagandista de um partido que tira dividendos da actual situação. Ele fala de casas distantes umas das outras, como se a vida no campo, algum dia tivesse sido a mesma que nas grandes cidades. Por má-fé, sugere um ordenamento de território igual em Canda e Chamanculo, no nosso entender.
A jornalista da RDP esqueceu o elementar em jornalismo, ou mesmo ignorou, por má-fé e não ouviu a comissão, como que a assumir como reais as declarações do Edwin que coincidem com os pronunciamentos da deputada Sílvia Cheia, que falou no mesmo espaço informativo. A Jornalista apenas tratou de colocar perguntas fechadas a deputada para esta confirmar as declarações do membro activo do seu partido Edwin. Curiosamente e não estranhamente, a jornalista não revelou o nome do Edwin na entrevista.
Este investimento da RDP no boato, não é obra do acaso, ele vem como resposta ao trabalho da primeira comissão da Assembleia da República que culminou com descoberta da verdade, NÃO HÁ VALA COMUM EM CANDA. Isto porque a Lusa, autora da notícia não só não conseguiu provar a existência da vala, como também esteve envolvida, juntamente com a DW no aliciamento de um jovem da rádio local de Gorongosa para que os levassem ao local da suposta Vala mas sem sucesso pois chegados ao local nada acharam. Os jornalistas da DW e da Lusa chegaram ao contacto do jovem através do Fernando Lima do jornal Savana, pessoa que tem estado empenhada no uso deste boato para sujar o nome de Moçambique.
 A deputada do MDM bem como seu colega do partido Edwin Hounnou, não podiam tomar outro posicionamento além deste. Dizer que há Vala, pois foi o Presidente do seu Partido Daviz Simango que iniciou com o boato na cidade da Beira, conforme já foi denunciado pelas autoridades competentes. Portanto, temos aqui um grupo formado para defender a ideia da Vala Comum, como chave para que Moçambique seja sancionado e fragilizado.
A posição da imprensa lusa em relação a Moçambique desde a independência sempre foi polémica, aliás, todos estamos recordados da contrapropaganda feita contra as negociações de paz em Roma. O governo de Lisboa queria assumir protagonismo nas negociações, mas a fórmula italiana sempre se mostrou eficiente o que não agradava a antiga metrópole. Os ataques aos negociadores italianos e a Roma no geral, no que a paz de Moçambique dizia respeito, só pararam quando Portugal foi envolvido como observador das negociações.
A RDP está a dar continuidade a este projecto de difamação, como se de um búfalo ferido se tratasse, pois ignora sempre os ataques da RENAMO mesmo quando reivindicados por este partido, refugiando-se na formulação: ataques que o governo moçambicano atribui à RENAMO.

Que vergonha!!!